21.11.07

No ritmo.

Foram dias em que os pés andavam quase enrolando-se uns nos outros pela ilusão de existirem mais de dois.
No começo, foi devastador. Os pés existentes somente na cachola queriam passear por outros rumos mais divertidos, enquanto os pés reais, esses que vivem fincados no chão, persistiam com bolhas na estrada árdua. Além desses dois opostos, existiam ainda mais pés: os que só desejavam correr e os que só desejam dormir.
O tronco, sustentado por tantas bases, cambaleava. A cabeça, desordenada, desordenava.
Levou tempo para que tudo se equilibrasse. Nesse dia, a desordem dos pés virou passo de dança.

Um comentário:

O empírico disse...

Um tanto de pé pra dançar e só uma cabeça pra criar a melodia...

(as vezes eu acho que vc tem um monte de boca pra cantar, tb)

Lindo texto, amor.

Assim é vc.

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