4.8.11

Esquartejada.

Era cedo. Um despertar como quem puxa com força os pés que estão a voar. Sem delicadeza.

Começa. Começa a perda. O muro. O recomeço forçado. Perto do ano novo. Longe do ano bom.

Eu lembro. Daqueles olhos mortos que trazem a humilhação.

Nunca mais.

Vivi ao som do Arnaldo. Tentei poetizar um mundo sem palavras.

E joguei fora. Quantas coisas joguei fora. E quantas partes de mim eu deixei lá, partes que ficaram com as lágrimas. Desapego praticado aos murros, desapeguei da vida inteira ali.

Só me importava o que estava dentro. Não de mim, porque não via importância nisso. Por mim tanto fazia, não me importava um mundo assim. Só não morreria porque eles existiam e precisavam de mim. Para o amor sempre há palavras e poesia.

Me despedi do caminho e escolhi não percorrê-lo mais. Tolice. Não há desapego do caminho se não há desapego da tristeza.

Agora que a poesia voltou, agora que a cor voltou, passarei por lá para trazer pra cá a minha parte que ficou.

Nenhum comentário:

LinkWithin

Related Posts Plugin for WordPress, Blogger...