Não me deixou levantar para que ele sentasse porque eu sou muié:
- Sentar pra uma muié ficar em pé? Nem morto! - ele disse.
Tinha um homem novo ao meu lado naquele banco amarelo que logo acordou e cedeu o lugar.
Como agradecimento pela rara gentileza, deixei o Seu Lauro falar. Perguntou o que eu fazia da vida e como pode uma mulher bonita gostar de Economia. Disse que sabe dos mares, do todo, dos ares e que foi por isso que ganhou cada olho de uma cor - Deus sabia que para passar por tantos lugares, de olhos diferentes ele precisaria. Falou da casa fixa, porto seguro e da patroa. Falou do neto que veja só: fazia moda e não dormia. Falou do "Norte", onde nascemos, e dos ladrões da Bahia. Percorremos o mundo em dez minutos e trinta e cinco segundos, ele contou.
Saltou.
Era isso o que ele mais fazia.
7 comentários:
...Deus sabia que para passar portantos lugares, de olhos diferentes ele precisaria.
Adoro seus textos! beijinhos!!
Que sensibilidade Rebeca... Denotas atenção e respeito com o simples, com o humilde. Puxa... consegues transformar o Sr. Lauro em poesia! Aí está a essência do poeta. Amo demais esta forma de poesia. Você é muito talentosa menina. Beijos
Como eu gostaria de reencontrar Seu Lauro e mostrar este texto pra ele =)
Beijos, meninas. Obrigada!
Eu me apaixonei pelo que escrevinha ;)
Muito gostoso de ler... com a poesia cotidiana... viva, fresca, capaz de nos encontrar... Acho que o mais gostoso é isso: nos encontrar no texto alheio!
Beijos =)
O mais importante você captou...
Deixo o meu MELHOR...
Recebo o teu MELHOR...
Somos transeuntes...
Nessas sutilezas da vida muitas vezes percebemos apenas as indelicadezas...
Fico feliz ! Te AMO!:D
Obrigada, Nadine!
Mãe, te amo muito. Ser lida por você é especial.
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