25.3.12

O Bolero de Ravel

O mesmo ritmo, invariável
Feito por batidas que saltam do peito
(Som da ansiedade que dança do lado esquerdo)
E pelo som de quem passeia com a calma
De quem, após a luta,
Comemora

Duas músicas
Numa só

E que parece ser diferente
À medida que cresce
Lentamente
Até o acabar

Parece a gente
Que impaciente
Dança a dois internamente
Até chegar

(ao fim)


Rebeca dos Anjos

Um comentário:

Priscila Rôde disse...

1º: "Cara lavada por lágrimas."

2º: "Vida vivida fora do agora
Não faz sentido."

3º: "O curar da ferida."

4º: "Esfreguei sem dó
Tudo aquilo que me impedia de ser feliz
Só."

5º: "Parece a gente
Que impaciente
Dança a dois internamente
Até chegar

(ao fim)"

Fiquei encantada com o seguimento da tua poesia. Vi as cinco etapas de tantas escolhas que já fiz. Não sei, mas, conversou muito comigo. Porque quando acontece, é bem assim: primeiro a gente lava a cara e a alma, depois a gente busca sentidos até curar um pouco a ferida. Quando curamos – ou quase -, a gente entende que, ás vezes, é melhor deixar um pouco de lado aquilo que nos impede de alcançar voos maiores ou, de ser feliz apenas. E por fim, conhecemos o fim.
Acho linda a sua entrega poética, Rebeca. Aprendo tanto com ela... Ao ler as tuas últimas 5 publicações, pude sentir o que já foi tão vivido pelo meu coração.

E que bom que há um recomeço, embrulhadinho pra presente - pro teu AGORA, fazer todo sentido.
Um beijo.

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