O sonho da ferida no chacra
De alguém que eu amo
O sonho do menino com mãos cortadas
O corte, pior que se atadas
O menino com sorriso no rosto
O sonho das armadilhas na escada
Eu, tentando salvar quem morria
E que só no sonho tinha uma filha
Filha que ela dizia: era minha
Enquanto eu ia sonhando
O sonho da janela enorme, de vidro
Com o menino que eu também amo, aborrecido
E com os ladrões na rua cheia de fumaça,
Meu Deus, só desgraça...
No sonho ou fora dele eu observava -
Participava e observava
E quando acordei com os gritos
Frutos da dor, da raiva de alguém
Um desconhecido
Eu tinha uma poesia
Sobre desgraças
Feito em um sonho sem sentido
Acordei sorrindo
(O sorriso daquele menino)
Rebeca dos Anjos, em 22/09/2012
2 comentários:
Um poema denso, muito bem escrito. Embora descreva um momento de dor, torna-se mágico ao dizer-se sem sentido... Muito bom, adorei!
Os sonhos são mesclas, partes, soltos, largos..e a forma como tentamos fazer deles sentido é o que há de mais exato. Voce o fez maravilhosamente.
Beijos.
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