19.1.13

Você não entende:

O voo que faço
Ardente, aos pedaços,
É sempre por aqui,
Dentro de mim.

Não, não há melhor lugar para estar
Não há melhor lugar para sobrevoar
Olhar de cima
O solo imenso
Mergulhar nas águas do meu momento
Para ali, líquida,
Olhar de perto o que vai por dentro
E depois evaporar.

É disso que eu vivo
E disso sou feita -
Sou sucessivas contradições

Sou o amor que me falta
Que ao mesmo tempo transborda -
Não conheço os limites das limitações

Entre a terra e a água
Sou um pouco de cada
Ao incendiar o que chamam de margens -

Fogo mergulhado na turva água
Que é a solidão.

Rebeca dos Anjos

2 comentários:

Lázara papandrea disse...

que seria de nós sem as contradiçoes que inquietam? beleza de poema!

Fernanda Fraga disse...

Desses mergulhos, de um jeito ou de outro, nos renascem.

Beijos.

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