O voo que faço
Ardente, aos pedaços,
É sempre por aqui,
Dentro de mim.
Não, não há melhor lugar para estar
Não há melhor lugar para sobrevoar
Olhar de cima
O solo imenso
Mergulhar nas águas do meu momento
Para ali, líquida,
Olhar de perto o que vai por dentro
E depois evaporar.
É disso que eu vivo
E disso sou feita -
Sou sucessivas contradições
Sou o amor que me falta
Que ao mesmo tempo transborda -
Não conheço os limites das limitações
Entre a terra e a água
Sou um pouco de cada
Ao incendiar o que chamam de margens -
Fogo mergulhado na turva água
Que é a solidão.
Rebeca dos Anjos
2 comentários:
que seria de nós sem as contradiçoes que inquietam? beleza de poema!
Desses mergulhos, de um jeito ou de outro, nos renascem.
Beijos.
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