18.2.13

Ditadura

Sobre isso digo,
Como quem aprendeu a calar:

A dor do terror noturno
A humilhação do verde taciturno
Na porta de um cativeiro -
Nas mãos as flores,
Na mente o demônio.

As marcas das palavras
Que não encontram os atos
A hipocrisia
Direita
Que chamam justiça,
Em nome do Pai

A falta
Tão seca
Tão falta
Que nem lágrima
Ousa brotar

(Pausa de meses até completar este escrito)

Hoje eu vi
O menino morto
Que morreu lentamente
Desde o dia em que não sabia falar.


Rebeca dos Anjos

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