15.3.13

Acerto de pontas.

Querido,

Não encaixam em meu dedo fino
Os seus segredos mais caros.
Caberiam, talvez, aqueles de prata arranhada
(Ou, certamente, os de lata).

Meus mais brilhantes sonhos,
Aqueles de número vinte,
Não ficariam bem em sua mão fechada
Que enquadra os círculos
Que então viram caixas

(Isso me consola)

Não, não há infinitos nos vértices,
Mas disso, poucos sabem.

Poucos sabem também que há infinito na despedida
Quando a mão se abre enfim, arrependida
Por valorizar mais o fim
Do que o meio.

O infinito que é um círculo
É também a caixa do enterro.

Sim, há infinitos nos vértices
De um caixão.

(Sobre isso, querido, muitos saberão).

Rebeca dos Anjos.

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