8.7.09

Não sou eu teia de aranha que faz grudar em si aquilo que resta de qualquer coisa, mas tudo o que resta insiste em grudar.
Talvez tenha eu esse colo normalmente disponível e palavras e jeito e risos e cheiro que lembram almofada velha, aconchegante, conhecida, acolhedora.
Até que um dia, aquilo que resta de qualquer coisa percebe que é hora de caminhar, de encontrar novos caminhos, de fazer a vida acontecer.
E é tanta explicação, tanta consideração, tanto medo de ofuscar o colo, as palavras e jeito e risos e cheiro que, se eu fosse mesmo a aranha dona de minha própria teia, engoliria um por um.
Não teci teia orquestrada pela vida para prender ninguém. Se tenho forças pra tecer é pela promessa de expansão, só havendo espaço para quem deseja expandir comigo, e não para quem está acomodado no colo, palavras, jeito e risos e cheiro.


Pois que não sou aranha de porcelana.

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