Um poema que me engasga,
Que nem com a tosse se liberta.
Um poema feito de nó,
Um poema feito de choro ressecado,
Um poema que me silencia,
Um poema abafado.
*
Forço a liberdade das letras
Escrevendo palavras quaisquer
Que não se encaixam
Tento fazê-las aos pares
Para que dancem a música
Da minha agonia -
A dança libertará as letras ressequidas.
*
Um tango.
Um drama.
Dois pontos
:
Outro nó.
*
Agora sinto o outro nó na altura do estômago -
Em nada parecem borboletas passarinhando:
Os nós não têm asas,
Os nós têm segredos de cordas que amarram.
*
Ouça!
Os nós desfeitos
Parecem perfeitos
Em instrumentos de corda!
É insustentável a leveza
(Tem de ser)
Rebeca dos Anjos
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