Deixei uma lágrima sobre o mar de Santa Catarina enquanto ouvia a bossa dedicada ao Rio de Janeiro.
Eu nunca tinha pensado sobre as marcas que os lugares deixam, sobre o lugar que é nosso, onde a gente se sente em casa, antes daquela nossa conversa. Eu, tão adaptável, lhe disse: penso ser o meu lugar qualquer um.
Mas vi refletida na lágrima deixada no mar de Santa Catarina o quintal coberto da água vinda de uma geada vivida no Paraná. Lembrei dos meu amores grudadinhos na sala aproveitando o ar quente de um aquecedor. Nossos corações unidos, quentes. Lembrei do nosso jardim cheio de frutas. Lembrei que sempre foi tarefa minha catar as folhas secas.
Pausei as lembranças e reparei que aqui, enquanto as pessoas tomam chimarrão na beira da praia, eu insisto na água de coco - "natural, por favor".
Me distraí com crianças brincando no parquinho (o erre engasgado no meio da palavra parque) e não mais pensei. Sorri futuros.
Rebeca dos Anjos
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