26.11.15

Outonar

A poltrona vazia
Um aperto no peito
Mas a vida segue.

Acordei e as pessoas caminhavam,
Apesar das perdas que devem ter sofrido,
Elas caminhavam.

Até os passarinhos que sempre me acordam me acordaram.

A feira orgânica estava lá.

O ônibus passou como se nada tivesse acontecido,
Eu me atrasei pro trabalho, mas fui.

Fica essa tristeza calma,
Esse marejado n'alma,
Essa incompletude...

(E a poltrona vazia)

Toda esta lentidão interna
Não vista através de carros
Relógios e pedágios
Tudo rápido,
Descompasso.

Não luto.

Deixo as coisas no meu ritmo,
Pra que a dor cicatrize em seu tempo
Até que a perda vire um ganho
Até que o meu espírito se encha
Como foi em outros anos

Vivo meu ciclo,
Outono.

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