18.4.18

Sobre sentir na manhã urbana
O sol de outono queimando a pele
E entender que um raio também pode ser ar

Agradecer o cheiro de grama cortada
Que cria na cidade um grande quintal imaginário

Observo: ainda não há folhas secas no outono do Rio
Há flores ainda,
Um magenta desgastado,
Mas flor.

Passo como a moça de Monet passeia
Naqueles campos primaveris
E me assusto porque o cenário carioca
Me leva a essa tela com seus traços feito sonho

(Entro no metrô e suspendo a poesia)

As pessoas reclamam,
Mas dentre elas reconheço a senhora do livro que me traz as palavras
Tento olhar nos olhos dela,
Ela percebe, tira os óculos escuros,
Nos deixamos ver -

A poesia não cessa
Nem na cidade do caos,

A poesia resiste,
Se abaixo do Bem,
Acima do Mal.

(Rebeca dos Anjos)

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