27.11.20

Cigana

Era barco na borra,
Eu achando Porto,
Acostumada que era com âncoras.

Eu mal sabia que era marco,
Lastro em mim mesma,
Pra não afundar.

Mas ela me disse:

"Passado um ano,
O que navega é o mar,
Passados dois,
A coisa vai clarear.

Mas veja bem, moça,
Teu porto é você.

Nunca se esqueça 
Do que te faz bem
Em qualquer lugar

Ao sair deste navio
Prometa que vai avoar".

(Rebeca dos Anjos)




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