O baú se abre num movimento da vida: já não cabe. Cabia fechado, mas aberto não cabe.
O corpo reage num movimento de expurgo. O baú tem que sair inteiro, já não basta uma peça ou outra, uma memória ou outra, já incomoda tanto que tanto faz se aberto ou fechado.
Como arranca sem doer?
O corpo inteiro se empenha em desintegrar o baú. O processo é ácido. O estômago dói. O corpo se encolhe apegado à peça que se esvai. Que se esvai. Que se esvai. Que se esvazia.
A dor para. O que existe agora é um espaço, um vazio que não dói. Um estranhamento.
E agora? Pra onde vou mais leve?
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