Quando coloco nas costas
A mochila surrada
Tomo o ônibus
Pra outra cidade
Em busca de pão melhor
Com peso sobre os ombros
Encontro a realidade
Pombo no salão
Cheiro de suor
Tanta gente junta
Buscando o pão de cada dia
Tanta gente longe
Do que resta de fantasia
Eu, no meio de tudo
Insisto num poema
Choro
Contentamento
Por não estar no prédio ao lado
Lembro da Rodoviária distante
Com cores e luzes mais brilhantes
Desejando que o Brasil avance
Até a Copa de 2014
Faminta por arte
Transformo o que vejo
Fotografo lampejos
Ainda trabalho um poema
Almoço fandangos de presunto
Encaixados nos dedos
Na busca de tocar meu mundo
Sempre tão distante
Deste aqui
Às doze horas
Ainda vejo a lua
Insistente
Sobre as nuvens cinzas
Aparecendo
Só
Pra quem olha o céu -
Assim me vejo
Refletida no espelho
De um quarto de hotel
Rebeca dos Anjos
2 comentários:
me li...
Sobre as nuvens cinzas
Aparecendo
Só
Pra quem olha o céu -
"Tanta gente junta
Buscando o pão de cada dia
Tanta gente longe
Do que resta de fantasia"
É isso o que inquieta, o que chama a atenção..o que engloba a poesia.
Linda poesia!
Quando o cotidiano nos salta aos olhos é que sabemos que a poesia nos tomou por completo.
Beijos.
Postar um comentário