21.4.12

Andarilho

É:

Quando coloco nas costas
A mochila surrada
Tomo o ônibus
Pra outra cidade
Em busca de pão melhor

Com peso sobre os ombros
Encontro a realidade
Boca desdentada
Pombo no salão
Cheiro de suor

Tanta gente junta
Buscando o pão de cada dia
Tanta gente longe
Do que resta de fantasia

Eu, no meio de tudo
Insisto num poema
Choro
Contentamento
Por não estar no prédio ao lado

Lembro da Rodoviária distante
Com cores e luzes mais brilhantes
Desejando que o Brasil avance
Até a Copa de 2014

Sou:

Faminta por arte
Transformo o que vejo
Fotografo lampejos
Ainda trabalho um poema

Almoço fandangos de presunto
Encaixados nos dedos
Na busca de tocar meu mundo
Sempre tão distante
Deste aqui

Às doze horas
Ainda vejo a lua
Insistente
Sobre as nuvens cinzas
Aparecendo

Pra quem olha o céu -

Assim me vejo
Refletida no espelho
De um quarto de hotel




Rebeca dos Anjos

2 comentários:

Fabio Rocha disse...

me li...

Sobre as nuvens cinzas
Aparecendo

Pra quem olha o céu -

Anônimo disse...

"Tanta gente junta
Buscando o pão de cada dia
Tanta gente longe
Do que resta de fantasia"

É isso o que inquieta, o que chama a atenção..o que engloba a poesia.

Linda poesia!

Quando o cotidiano nos salta aos olhos é que sabemos que a poesia nos tomou por completo.

Beijos.

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