Diminuo a bagagem
Jogando fora muitas contas e guardando algumas poucas declarações de amor.
E me despeço de tantos papéis feitos para que eu exista em registros e listas e números;
E tantos exames que não me viram por dentro;
E tantas anotações de entendimento
Do que eu jamais entendi.
E muitos calendários, riscados, rasgados
Tantos textos lidos e nunca lembrados,
Tantos planos e sonhos simbolizados
Por árvores que morreram por mim.
Até que, enfim, absorvo o verbo rasgar:
Me rasgo no muito que vai,
Me reconstruo do pouco que fica
Dos papéis que imitam a vida
Rasgada aos pedaços para seguir.
Rebeca dos Anjos
Um comentário:
Que bons vento a leve...E tão leve que a poesia te traga de volta dez, vinte, trnta milhões vezes sempre e sempre...
Bjs, Carpe Diem!
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