26.8.25

Um bebê no colo 
Atacado várias vezes nos olhos 
Por aquela energia que eu conheço 

Aquela energia de caos e revolta
Que cega memórias
E sonhos infantis

Eu protejo o bebê 
Apesar da dor que atinge os meus próprios olhos
E o percebo como parte mim

É por isso que eu não vejo ainda
Tudo que é semente me ameaça 
Porque parece improvável que possa crescer
Entre tantos ataques
(Mas eu não desisto)

Eu não sei o fim porque acordo
Com meus olhos físicos secos
Me contando que eles enxergam
E sobreviveram por quarenta anos
Apesar desses dessas memórias simbólicas que ainda moram no meu inconsciente 

E o mais surpreendente?

Nisso tudo eu vejo Jung
E só por isso faz todo sentido
Conhecer a dor e os símbolos
Como um curador ferido
Que mais do que o drama,
Identifica o saber.


(Rebeca dos Anjos)

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