27.10.25

À Galiza

Teu chamado em sonho
Do tempo que nossas almas sabem,
Firmado em pergaminho:
"Recomezo".

Bem naquele tempo
Em que minhas estruturas ruíam
Você veio me lembrar das construções em pedra
E dos horizontes possíveis.

E eu mudei tanto,
Mas há essa parte que nunca muda,
A parte que reconhece um lar através dos tempos:
Teu carinho em pedras, teus sussurros no vento, tuas águas que me permitem, sob a lua que, radiante, nos assiste enquanto dançamos

Você abrindo caminhos para mim
E para minha linhagem
Me falando das sacerdotisas além das brumas 
E dos nossos segredos antes esquecidos 
Pela mente e pela ilusão 

Mas o destino nos uniu mais uma vez,
Só pra eu sentir essa sensação do que é eterno
Sobre esta terra 
Só pra eu lembrar que a fé liberta e me sustenta
Apesar das chagas

Só pra lembrar do nosso caminho
Percorrido de mãos dadas
Apesar de toda saudade que eu sinto.

Eis que agora respondo ao teu pergaminho:
Quéroche.

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