25.3.12

Lavagem de sonhos

Foi quando sonhei
Com amor de comercial de margarina
Eu ali, lambuzada de gordura vegetal
Pão quentinho
De forma, massa integral

Sonhei que todo dia
Haveria um alguém
Na minha cama vazia
Que me faria cafuné com vontade
Conversando intimidades

Sonhei com um amor pra sempre
Que mesmo que pra sempre não fosse
Tivesse o gosto
Da língua que cresce infinita
Diante da palavra
Sem-pre

Romântica incurável
Sonhei que era princesa
Que pra ser amada
Sonhar bastava
Que no amor
Não haveria tristeza,
Que encontraria sempre o cheio
Preenchendo o nada

Foi quando vivi
Comercial de sabão em pó
Limpei os sonhos
Esfreguei sem dó
Tudo aquilo que me impedia de ser feliz
Só.



Rebeca dos Anjos

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