Passeia por doze casas
Com suas treze luas
Com mar que não é água
Mas névoa resistente
Diante do vento onipresente
Tem núcleo revestido por paredes geladas
Tal qual coração iludido
Que com poesia
Disfarça a rocha que é por dentro.
Neste mar nebuloso
Navega o poeta
Que flutua mais
Quanto mais cego
Sobre os versos
Salvadoras linhas
Daqueles que
afundariam
Se lançados à faminta realidade
Não é a poesia
Retrato de um mundo perfeito
Que mesmo imperfeito
Faz rima?
(Pausa)
- Como pode Netuno
Ser o filho do Saturno
Taciturno?
- Não cabem respostas
Naqueles que se inspiram
Em dúvidas.
De todas as certezas
Só cabe uma:
Onde Netuno está
A poesia ruma.
Rebeca dos Anjos
Um comentário:
Adorei muito foda mesmo esse que escapa as perspicaz visão. Mas acho que interpretei bem! Muito bem!
Postar um comentário