2.4.12

Do planeta. Do deus. O poeta.

Passeia por doze casas
Com suas treze luas
Com mar que não é água
Mas névoa resistente
Diante do vento onipresente
 
Tem núcleo revestido por paredes geladas
Tal qual coração iludido
Que com poesia
Disfarça a rocha que é por dentro.
 
Neste mar nebuloso
Navega o poeta
Que flutua mais
Quanto mais cego
Sobre os versos
Salvadoras linhas
Daqueles que afundariam
Se lançados à faminta realidade
 
Não é a poesia
Retrato de um mundo perfeito
Que mesmo imperfeito
Faz rima?
 
(Pausa)
 
- Como pode Netuno
Ser o filho do Saturno
Taciturno?
 
- Não cabem respostas
Naqueles que se inspiram
Em dúvidas.
 
De todas as certezas
Só cabe uma:
 
Onde Netuno está
A poesia ruma.


Rebeca dos Anjos

Um comentário:

Raphael Grizotte Monteiro disse...

Adorei muito foda mesmo esse que escapa as perspicaz visão. Mas acho que interpretei bem! Muito bem!

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